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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Relato do Artur - pai de Yana - Maio de 2010

Pré parto
Quando Tâmara me contou o plano que tinha para o nascimento da Yana eu não demonstrei muito entusiasmo porque tive medo, os medos diversos do tipo com a segurança, junto a isso uma imagem de sangue e sofrimento, etc. Eu sabia que em um hospital isso seria minimizado.

Pensei que Tâmara mudaria de opinião com o tempo o que não aconteceu, mesmo eu tentando de algumas maneiras. Ai veio o encontro com Mary e também a proximidade com o parto, assisti alguns filmes sobre o assunto e de uma certa forma fui me atentando que era isso mesmo, eu tinha que enfrentar.

· Parto
Tínhamos feito alguns planos de como seria quando chegasse o momento do parto e de uma certa forma foi muito bom, quando Tâmara começou sentir as primeiras dores, logo acionamos Mary e isso acalmou a todos.

Mas quando de fato o parto começou e me vi envolvido naquela tarefa que eu não tinha idéia de como reagir, me senti só, vi que era fraco, pensei em correr, porque tinha aceitado isso etc. Mas a parteira estava ali, isso me deu alguma força.

As horas passavam o nenê não chegava e minha ansiedade interna aumentava. Meus medos passavam por mim, mas acredito que decidi manter a calma e confiar e me entregar de coração, queria ver todos bem e salvar minha mulher. Salvar ela foi uma força que me acordou me fez ser útil, porque na minha cabeça a parteira estava cuidando da criança, e ver Tâmara sofrer me enchia de culpa.

Tâmara passou a ser muito importante na hora do parto e senti que tinha que ajudá-la porque ela precisava ouvir minha voz e entender que eu estava ao lado dela, que a amava e que ia salva-la.

Veio então depois de 12 horas o nascimento da Yana, fiquei emocionado de uma maneira nunca antes experimentada, o tempo tinha parado naquele momento. A imagem não era como eu tinha pensado, a criança chegou linda e limpa não tinha sangue, a mãe tinha um rosto sem dor tudo estava parado.

· Pós Parto
Aquela experiência mexeu muito comigo, se tento me recordar me emociono novamente.
Durante 2 dias chorei constantemente, depois disso descobri o amor e de uma maneira o milagre que é estar vivo, a pulsação do cordão umbilical que cortei de minha filha me mostrou a responsabilidade que eu tinha com aquela criança.

Deus me deu uma vida pra cuidar, eu pensei! A experiência me transformou numa pessoa muito superior que descobre o amor e que a vida é um milagre e que precisamos acreditar no mistério que rege tudo.
Fiz um ritual onde enterrei a placenta e agradeci a Deus a minha esposa e minha filha por ter me dado aquela emoção de saber que eu estou vivo e que sou parte daquele momento. Tenho escrito a todos sobre esta experiência e digo aos amigos que se puderem, nunca deixem de viver isto, em um hospital acho difícil vivenciar este momento.

Claro que as palavras dizem pouco, mas o que sei é o que o sentimento continua agindo dentro de todos na família. Agradeço muito também a Mary Galvão e a Liliana que me conduziram por aquele caminho.

Muito amor.

Um comentário:

  1. Ainda hoje me emociono ao lembrar desse dia. Eu agradeço, do fundo do coração, ter compartilhado desse momento tão especial da história da sua família.
    Um abraço!

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