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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Nascimento de Pedro



Por Paula Araujo

Naquela manhã Acordei e sentia uma disposição enorme, era a primeira visita domiciliar que receberia de Mary e Paula. Chamei meu marido para ir ao mercado comprar algumas coisas para a casa e lembro que o dono do mercado ainda brincou que estava demorando e eu lhe disse: Não está não, até o final do mês ele chega. Voltei para casa e tudo correu como de costume até depois que encaminhei meu filho Lucas para a escola, a partir daí comecei a perceber uma dores bem incomodas, era o inicio do trabalho de parto. Continuei meu afazeres, ainda preparei um bolo para as meninas. Quando fui ao banheiro percebi um pouco do“tampão” comentei com Dil (meu marido) que me recomendou –Elas estão vindo aí, elas examinarão. Ok ! Tomei um banho coloquei um vestidinho leve – branco, e me pus a esperar.
Como que de repente me dirigi à sacada, quando as avistei chegando, acenei sorrido confortada, aliviada e segura. Como vc está? Perguntou Mary. Acho que ele chega hoje! Respondi informado que já estava em trabalho de parto. Subimos e quando estávamos no sofá Mary me perguntou –você sempre sua assim? Eu estava suando bastante afinal meu anjinho já iniciara sua aventura no trajeto para este mundo aqui fora. Paula logo ficou preocupada pois não haviam trazido nada, então assim que meu marido chegou Mary pediu que ele fosse ao consultório pegar os materiais para o parto.
Enquanto meu bem estava fora, Mary e eu aproveitamos para conversar um pouco, estabeleceu-se então um vinculo de confiança que não havíamos tido tempo antes para desenvolver, o trabalho de parto evoluía bem, as contrações aumentam a cada período que passava. Estava tranquila, preparada, sabia o que me esperava e tudo que queria era chegar ao momento de ter meu anjinho nos braços.
Neste intervalo de tempo, minha mãe chegou em minha casa, sem saber que eu já estava em trabalho de parto - uma escolha nossa pois não queria nenhum tipo de tensão e inevitavelmente uma mãe fica tensa e preocupada quando chega a hora de sua filha dar à luz, foi engraçado pois Mary e eu conseguimos enrolar ela e ela foi embora – Mãe, Mary vai ficar aqui comigo porque estou sentindo um pouco de cólica, pode ir tranquila, se houver alguma coisa te aviso, disse eu. Mal sabia ela que horas após me veria com seu netinho nos braços.
Quando meu bem chegou, pronto, agora sim podia me entregar completamente, disse a ele –Não sai mais, fica aqui comigo! Ele me acariciou tão carinhosamente, sua presença era muito fortificante. Naquele momento sentir vontade de me ajoelhar no chão da sala, então o fiz, e ele ajoelhou-se junto comigo, meu companheiro, meu cúmplice!
Paula veio até mim me perguntou com sua voz suave se eu queria massagem, eu disse que sim e fomos para o meu quarto. Neste momento meu anjo maior – Lucas, chegou trazido pela avó que o havia pegado na escola, então o chamei no quarto e lhe expliquei que seu irmãozinho iria chegar.
Depois de alguns minutos, enquanto estava de joelhos na cama procurando posições que me deixassem confortáveis durante as contrações, minha bolsa estourou. Pedro estava cada vez mais perto!
A partir de então me despi e me enrolei num lençol orientada por Mary, para que pudesse ficar mais á vontade, ela me ofereceu a sopa que preparou com os legumes que cortara enquanto conversávamos mais cedo. Estava boa, mas para mim bastou apenas algumas colheradas, meu corpo não queria mais.
O tempo todo durante o TP procurei me concentrar em mim e no que meu corpo solicitava, sentia a minha respiração profundamente a cada contração,coisa que aprendi durante minhas aulas de yôga pré-natal, embora tenha praticado apenas um mês, Anne - a professora de yôga, me ajudou bastante na preparação para este momento.
Me dirigi para a segunda sala e pedi que apagassem as luzes da casa e acendessem as velas. Me perguntaram uma primeira vez se queria ir para a água, ainda não era a hora, eu sabia que não. Continuei mais um pouco ali, ajoelhada, debruçada no sofá atendendo ás necessidades do meu corpo naquele momento, que passava por adaptação tamanha para poder dar passagem para o meu neném, naquele instante ali estava confortável. Dil segurava minha mão todo o tempo. Mary e Paula vinham de tempos em tempos me confortar, saber se queria algo...
Quando as contrações passaram para um estagio mais elevado eu pedi para ir para água e fui conduzida ao banheiro onde Mary havia preparado um banho quente á luz de velas na enorme bacia que Dil tanto “rodou para encontrar”no dia anterior, “tadinho” rsrsrs! Estava tudo maravilhoso, as meninas respeitavam meus desejos e meu espaço, a presença delas me passava tanta segurança, me orientavam sem invadir nem intervir no meu momento.
Quando já estava no banho, tive um dos momentos mais lindos o meu parto, foi quando meu anjo maior, meu filho Lucas entrou no banheiro e me disse: Boa Sorte Mãe! E me deu um beijo. Logo em seguida Paula o levou para o seu quartinho onde o distraiu, pois eu já estava no período expulsivo e gemia de dor no banheiro. O carinho e a atenção dela foram muito importantes para ele naquele momento.
Durante o período no banheiro, lembro que na primeira contração Mary me disse: Pode gritar, você já chegou no expulsivo e não chorou?! Isso me deixou tão á vontade para exalar minhas sensações, então me entreguei completamente, esqueci do mundo e gritei, gemi, e isso parecia funcionar como uma válvula de escape para dor. Estava tão entregue que atravessei este período sem grande sofrimento, ainda consegui fazer pose para as fotos entre uma contração e outra, e até brinquei – É nesta hora que agente começa a querer uma cesariana, rsrsrs! Dil e Paula, que ora deixava Lucas para me ver riram bastante, Mary neste momento havia ido buscar mais água quente, ela dizia a todo momento: não pode deixar esse banho esfriar! Até que tive a sensação de algo escorregar dentro de mim foi quando disse maravilhada – Ele está chegando, o bebê tá chegando! Pus a mão em minha vulva e percebi que ele estava perto mesmo.
Fui para o quarto debruçada sobre os ombros de Dil, praticamente carregada por ele, lá Mary e Paula já haviam preparado um cantinho todo especial para nós, toda a casa estava sob a luz de velas. Primeiramente fiquei de quatro no chão, meu amor me perguntou - Você quer alguma coisa? E eu respondi – Quero, o meu filho! Então comecei a chamá-lo - Vem Pedro ! Vem para a mamãe meu filho!
Quando Pedro coroou Mary me orientou a ficar de cócoras, e nos disse: Vamos receber esta criança com tranquilidade para que ela venha em paz! Paula trouxe Lucas e todos juntos assistimos à chegada de meu anjinho! Ah... quão sublime experiência, ao receber meu filho nos braços eu entrei em outra dimensão , era um explosão de sensações que me deixaram fora de órbita por alguns minutos, aquela quenturinha do meu bebê junto ao meu corpo desta vez pele com pele, nossa, o imaginário deu espaço para o real. Mantive Pedro ali grudado comigo enquanto convidava Lucas a vir se juntar a nós, e ficamos ali por alguns segundos, nós quatro juntinhos. Compartilhamos toda a felicidade e amor que sentimos naquele momento.
Ter o meu filho em casa foi sem dúvidas uma das experiências mais emocionantes da minha vida e sem dúvida me modificou como mãe, esposa e mulher, agora me sinto plena. Dei à luz o meu filho com prazer, num ambiente cheio de amor, carinho e principalmente respeito à este momento tão especial e divino na vida de uma mulher.
Obrigada a minha Nossa Senhora das Graças, pela força emanada em mim, obrigada Mary por ter me assistido e me proporcionado uma das experiencias mais lindas da minha vida, obrigada a Paula - Mary não mentiu quando disse que ela seria a parte doce da história, tão cuidadosa...E por fim agradeço ao meu amor, meu amigo e meu cúmplice por ter desde o início me acompanhado e me apoiado nesta ideia que se tornou uma realidade tão maravilhosa.

4 comentários:

  1. Oi pessoal do blog,

    Estou realizando neste período um processo de filmagens para um curta que será exibido numa premiação de teatro aqui em Salvador, a ideia que pensei para exibição do curta foi de uma filmagem sobre um trabalho de parto domiciliar. Para isto, preciso da ajuda de vocês para contactar Mary Galvão, enfermeira obstetra e parteira, espero muito que vocês possam me ajudar (ou, caso a própria Mary leia esta mensagem, que entre em contato comigo).

    Agradeço desde já pela atenção e compreensão.

    Abraço.

    Leandro Souza
    E-mail: leosouza_lss@hotmail.com

    Aguardo respostas.

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  2. Olá! Poderiam me passar o email de contato da Mary? Moro em Feira de Santana.

    larissa.mhernandes@gmail.com

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  3. Olá, gostaria de receber p email para contato de vocês.

    Meu email é elisamma@gmail.com

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